Manter os cuidados e desenvolver práticas de combate à dengue é um dever coletivo, que toda a população precisa adotar. Em alusão ao Dia Nacional de Combate à Dengue, celebrado no último domingo (19), a Prefeitura de Porto Velho, através da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), alerta sobre o papel importante que cada cidadão deve ter para evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Causador das doenças dengue, zika e chikungunya, o Aedes se reproduz justamente nas residências, onde existem lixos domésticos, como cascas de ovo, tampinhas, latas e garrafas vazias, pneus, calhas e outros recipientes, a exemplo de caixas d’água destampadas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer objeto que possa armazenar água da chuva.
A partir daí, o vírus da dengue pode ser transmitido ao homem principalmente por via vetorial, ou seja, pela picada de fêmeas infectadas no ciclo humano–vetor–humano. Uma vez contaminado, o indivíduo pode ter sintomas como febre alta, dor no corpo e articulações, dor atrás dos olhos, mal estar, falta de apetite, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo.
Em Porto Velho, caso o paciente esteja com esses sintomas, ele deve, imediatamente, procurar as unidades de saúde mais próximas para fazer o exame e, caso tenha um diagnóstico positivo, já deve iniciar o tratamento.
CONTRIBUIÇÃO COLETIVA
A Semusa reforça a importância da população no combate à doença. Exemplo dessa contribuição em favor da vida, Rosângela das Chaves Leite, faz questão de garantir a limpeza do seu quintal para evitar a proliferação do mosquito.
“Aqui em casa eu tenho a prática de manter tudo organizado e limpo, primeiro por conta das doenças e também porque eu gosto mesmo de deixar meu espaço limpo. Conviver com higiene é sempre bom, né? Então, eu não deixo recipientes e lixos com água, pois é perigoso”, relata dona Rosângela.
Segundo a subgerente do Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue, Jussara Alves, essa atitude é importante e serve como exemplo.
“O trabalho da Semusa é importante, mas com a população colaborando ficamos muito mais fortes. Entender como o mosquito se desenvolve é importante para todos, então esse trabalho da dona Rosângela é realmente uma atividade brilhante”, destaca Jussara.
Neste ano, segundo dados do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), 986 casos de dengue foram registrados em Porto Velho. Números que estão bem abaixo de todo o registro do ano passado, quando 1.963 pessoas tiveram a confirmação da doença.
Mas, esse dado não expõe a necessidade de relaxar. Essa conscientização da população precisará ser ainda mais reforçada no período que se aproxima, uma vez que começam as chuvas, época líder em elevação dos casos de dengue pelo país.
AÇÕES CONJUNTAS
Em todo o município, o Núcleo de Controle de Endemias, Malária e Dengue, do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), trabalha com estratégias a fim de evitar o surgimento de novos casos das doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Um dos métodos desenvolvidos é o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) que acontece, pelo menos, quatro vezes ao ano. O objetivo do estudo é mapear quais as regiões com mais risco de proliferação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Castanheira, Cidade Nova, Floresta, Novo Horizonte e Mariana são os bairros onde o estudo apontou maior número de casos positivos de dengue e também lideram o índice de infestação do mosquito.
O LIRAa ainda revelou o lixo como responsável por 80% dos criadouros do mosquito Aedes aegypti. Para isso, a Semusa elaborou uma estratégia de ação, que vai contar também com o apoio da Secretaria Municipal de Saneamento e Serviços Básicos (Semusb).
“O trabalho será conjunto, pois o combate à dengue é uma preocupação constante da Prefeitura de Porto Velho. Vamos iniciar realizando atividades de casa em casa, promovendo a educação em saúde para a população, que é levar informações sobre a doença e, principalmente, orientando sobre o descarte correto do lixo”, explicou a secretária-adjunta municipal de Saúde, Marilene Penati.
Em reunião entre Semusa e Semusb, ficou acordado que a prioridade será iniciar o trabalho nas regiões que apresentam maior índice de casos e infestação. O trabalho consiste em inspeção nos quintais, remoção mecânica dos criadouros, trabalho perifocal, entre outras atividades.
PREVENÇÃO
Essas atividades têm mais eficácia quando são desenvolvidas por pessoas como a dona Rosângela das Chaves Leite. A subgerente destaca que a limpeza periódica dos quintais feita pelos moradores é a ação mais eficaz no combate à dengue.
“São coisas simples, que dá pra gente fazer e que a população precisa entender que o melhor trabalho de combate à dengue é limpeza, que tem que partir do próprio cidadão”, explica Jussara.
Confira algumas medidas que podem ser adotadas:
1 – Mantenha bem tampados: caixas, tonéis e barris de água;
2 – Coloque o lixo em sacos plásticos e mantenha a lixeira sempre bem fechada;
3 – Não jogue lixo em terrenos baldios;
4 – Se for guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha-as sempre com a boca para baixo;
5 – Não deixe a água da chuva acumular sobre a laje e calhas entupidas;
6 – Encha os pratinhos ou vasos de planta com areia até a borda;
7 – Se for guardar pneus velhos em casa ou borracharias, retire toda a água e mantenha-os em locais cobertos, protegidos da chuva;
8 – Limpe as calhas com frequência, evitando que galhos e folhas possam impedir a passagem da água;
9 – Lave constantemente, com água e sabão, os recipientes utilizados para guardar água, pelo menos uma vez por semana;
10 – Os vasos de plantas aquáticas devem ser lavados com água e sabão, toda semana. É importante trocar a água desses vasos com frequência;
11- Piscinas e fontes decorativas devem ser sempre limpas e cloradas.
Texto: João Muniz
Foto: Wesley Pontes/ Semusa
Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)