A sociedade contemporânea vem incentivando a cultura da busca do conhecimento para minimizar a distância de preparo intelectual entre as classes sociais, em sua maioria causada pela falta de investimentos na área educacional e profissional. Nesse contexto busca desenvolver habilidades e atitudes nos cidadãos com o intuito de adquirirem um perfil versátil, polivalente e sem complexo inferior.
Seguem o princípio de que a prática da oralidade é importante para assimilar às informações do senso comum adquirido a princípio no seio familiar e posteriormente no convívio social, da infância a vida adulta. O psicólogo suíço Bernard Schneuwly declarou: “cabe à escola ensinar o aluno a utilizar a linguagem oral nas diversas situações comunicativas, especialmente nas mais formais”.
Da mesma forma entendem que o letramento deve ser praticado desde as séries iniciais, a fim de desenvolver nos alunos a leitura e a escrita para possibilitar a prática do senso crítico. A professora da UFMG Magda Becker Soares afirmou: “Alfabetização está ligada à concepção de escrita como sistema ordenado pelas regras gramaticais, ou mesmo de escrita como código, que é preciso decifrar”.
Essa busca é salutar e vem de encontro à taxa de analfabetismo divulgado no mês de setembro na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) no site do IBGE, o qual aponta que 13 milhões de pessoas com 15 anos ou mais estão inseridos no grupo de analfabetos no Brasil, sendo que essa referência é do ano 2013 e corresponde a 8,3% da população.
Por outro lado, o número do analfabetismo funcional no país gira em torno de 30,5 milhões e equivale a 20,4% da população. Esse relato é alarmente, pois revela a dificuldade de brasileiros em interpretar textos, contextos e elaborar cálculos simples. Em consequência, sua aptidão profissional e intelectual fica comprometida ao procurar se inserir no mercado de trabalho.
O mais grave em tudo isso é a constatação que esse público intitulado de ‘funcionais’ não se encontram somente no ensino fundamental e médio, mas está presente em seletos ambientes do mundo corporativo e de academia. O escritor Abel Sidney de Rondônia relatou que 36% dos formandos em universidades não passam em teste de seleção, exatamente por não conseguirem redigir um texto de 15 linhas.
Recentemente em uma palestra realizada no curso de jornalismo da Uniron Sidney declarou: “O profissional deve admitir as suas deficiências e supri-las se transformando em um autodidata, a fim de obter um conhecimento amplo, sendo uma dica importante ler colunas e periódicos. A busca do conhecimento não deve ser factual e sim de conceitos de análise pra fugir do senso comum”.
Os recursos tecnológicos podem contribuir nesse processo da busca do conhecimento, pois oferece inúmeras ferramentas de auxílio principalmente através de links de artigos científicos. Há vídeos aulas e cursos online disponíveis para o internauta aperfeiçoar suas aptidões em sua área afim, softwares que o capacita a se profissionalizar rede mundial de computadores.
O governo federal oferece oportunidade para as pessoas interessadas alcançarem sua qualificação, através de programas de acordo com a modalidade de ensino e aptidão profissional. Por exemplo, o Pronatec proporciona cursos técnicos para quem já concluiu o ensino médio se qualificar, o Pró-Uni e o Enem auxiliam os que desejam a graduação no curso superior de sua preferência.
Já o sistema ‘S’ representando a iniciativa privada através do Sest/Senat, Sesi, Senai, Sesc, Sebrae e Senac há anos disponibilizam e treinam profissionais para o mercado de trabalho, dando sua contribuição social e tecnológica. Dessa forma, o conhecimento está à disposição de todos, no entanto, a procura não segue na mesma velocidade tornando essa busca longe do fim.
Autor: DAVID RODRIGUES