Durante discurso realizado na sessão ordinária na tarde da última terça-feira (15), na tribuna da Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero), o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos) demonstrou preocupação com o setor produtivo do estado.
“Fiz dois requerimentos, o primeiro de número 385/2023, que requer ao senhor governador Marcos Rocha e extenso à Casa Civil e a Secretaria Estadual de Agricultura (Seagri), sobre informações detalhadas do Fundo de Apoio à Cultura do Café em Rondônia (Funcafé), de janeiro de 2021 até a presente data. Esse fundo de apoio à cultura do café é responsável pela elaboração e implementação das políticas públicas de apoio à cultura do café”.
Ele prossegue: “Nós sabemos que nossos produtores têm buscado informações e ampliar a sua produção. Acredito muito na diversificação da produção do pequeno agricultor com algo que possa ser atrativo econômico e financeiro para nossos pequenos produtores. Em muitos momentos, esse pequeno agricultor foca apenas em uma cultura, a exemplo do gado, que deu uma reagida, mas as pessoas seguraram a venda do gado porque o preço estava muito distante da nossa realidade”.
O parlamentar ainda ressalta: “Quando essa diversificação não acontece, pode haver um comprometimento até financeiro. Esse fundo foi criado justamente por isso: para dar um acompanhamento, dar treinamento. Vejo aqui outros deputados preocupados solicitando informações da Emater [Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural] para nossos produtores. A gente vê a agonia que está passando o mundo com relação à alimentos”.
Alan Queiroz ainda destacou a importância que a agricultura tem na rotina dos produtores rurais rondonienses.
“Os efeitos das mudanças climáticas prejudicam o mundo inteiro, e isso também poderá comprometer sua produção. E o Brasil precisa ter um olhar voltado para o agronegócio, em especial aos nossos pequenos agricultores e à agricultura familiar. Temos muitos deputados atuando de forma presente nesse setor produtivo, nas associações, levando implementos agrícolas, melhorando a qualidade do solo com calcário, onde graças a Deus temos esse produto aqui”.
Para ele é essencial, “fazer mais e entender o que faz esse fundo, quanto que se tem nesse fundo e qual o planejamento para reverter esse fundo o nosso pequeno produtor. Cito o café, mas podemos estender para os outros cultivos”.
Alan Queiroz ainda apontou que “fiz também outra indicação ao governo do estado, extensivo a Casa Civil, Procon [Programa de Defesa do Consumidor em Ronônia], IPEM [Instituto de Pesos e Medidas], Vigilância Sanitária e Sesdec [Secretaria Estadual de Segurança Pública] que mobilizem uma força tarefa integrada com objetivo de fiscalização do armazenamento, peso, condições e preço do leite e seus derivados nas redes de supermercados, atacadistas e varejistas no âmbito do estado”.
Para o deputado estadual, atualmente o leite e seus derivados não estão com preços justos nem para produtores nem para os consumidores.
“Nas nossas andanças, temos visto um preço muito baixo lá dentro, do produtor, aquele que produz uma quantidade pequena de leite, onde se paga 2 ou 3 reais o litro do leite. Quando tá bom, pagam 3 e quando tá ruim, pagam 2. Eu tento fazer uma conta e ela não fecha. Conversando com donos de laticínios e tantos estão fechando em Rondônia também. Muita gente acredita que os laticínios exercem uma força em cima do produtor, ganhando mais sobre esse produto”.
Ele continua: “E daí a gente percebe que eles também encontram essa dificuldade. Agora, eu não consigo acreditar, fazendo uma conta rápida nessas tratativas e vendo como funciona essa produção. Por exemplo, no queijo. Para se fazer um quilo de queijo muçarela, que não é consumido no nosso estado, que é revertido para outros estados, principalmente São Paulo, se gasta 10 litros de leite. Se são gastos isso e foi pago para o produtor 2 reais, se gasta 20 reais”.
O representante da população na Casa de Leis rondoniense ainda comenta: “A gente vê o consumidor comprando aqui no mercado local esse produto e o preço para o consumidor final é de média de 50 a 60 reais. Quase três vezes mais o valor que é pago no gasto do laticínio e pago ao produtor. Então a gente está apresentando esse requerimento para que a gente possa estar avaliando e acompanhando essas planilhas para que a gente tenha algo mais justo tanto para o produtor, quanto para o consumidor final. Que a gente possa equilibrar essa balança e tenha esse meio mais aquecido, com mais produção, e principalmente, fazendo à Seagri o requerimento, nos mesmos moldes do café, para saber informações do fundo Pró-Leite”.
Alan Queiroz ainda observou: “Precisamos reverter esse recurso de fato aos nossos produtores, com melhoramento genético, para que tenhamos os animais produzindo mais leite, para que o produtor possa melhorar sua renda. Que nosso estado e nosso país tenham uma visão voltada para a produção de alimentos, com políticas públicas voltadas ao nosso trabalhador, ao povo que produz muito, diariamente no campo”.
Texto: Felipe Corona I Secom ALE/RO
Foto: Evaristo Vavá / Assessoria parlamentar