Durante o inverno Amazônico, período marcado por intensas chuvas, o número de acidentes com animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões pode aumentar significativamente. Em Rondônia, o governo do estado intensifica o atendimento realizado pelo Centro de Medicina Tropical de Rondônia (Cemetron), localizado na Avenida Guaporé, nº 215, Bairro Lagoa, em Porto Velho, e que atende diariamente demanda espontânea 24 horas.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Cemetron se destaca como referência no atendimento a essas vítimas, oferecendo suporte especializado para tratar casos de envenenamento com agilidade e segurança. O tratamento na unidade é realizado por uma equipe interprofissional composta por enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos clínicos gerais e infectologistas.
Para o governador de Rondônia, Marcos Rocha, o serviço oferecido no Cemetron é fundamental na garantia de assistência eficiente à população. “A unidade tem sido essencial na proteção da vida de quem sofre esses acidentes. O governo segue trabalhando para assegurar atendimento médico qualificado, especialmente em casos de acidentes envolvendo animais peçonhentos, e a equipe está preparada para eventuais situações”, ressaltou.
FLUXO DE ATENDIMENTO
A diretora da unidade, Mariana Bragança, explicou o fluxo de atendimento. “Ao chegar à unidade, o paciente é avaliado para identificar o agente causador do acidente, seja pela captura do animal ou pelas manifestações clínicas. Realizamos exames laboratoriais imediatos, classificamos a gravidade do caso e, quando necessário, administramos o soro antiveneno específico.”
O soro utilizado varia conforme o tipo de acidente:
Soro Antibotrópico, Antilaquético, Anticrotálico e Antielapídico – Indicados para tratamento do envenenamento causados por picadas de serpentes do gênero Bothrops (ex.: Jararaca, Jararacuçu, Urutu, Cotiara, Caiçara e outras) ou ainda do gênero Crotalus (Cascavel) e serpentes das espécies Micrurus frontalis e Micrurus corallinus (corais).
Soro Antiaracnídico e Antiescorpiônico – Indicados para tratamento de pacientes picados por aranhas dos gêneros Loxosceles (aranha marrom) e Phoneutria (aranha armadeira) ou por espécies de escorpiões do gênero Tityus (escorpião marrom, escorpião amarelo, etc.)
Além disso, o tratamento pode incluir analgésicos, hidratação venosa, profilaxia antitetânica e antibióticos em casos de infecção bacteriana secundária.
CASOS DE PICADAS
Segundo a médica infectologista, Maiara Soares, é importante procurar atendimento médico especializado logo após o acidente. “É crucial que toda vítima de picada ou contato com animal peçonhento seja avaliada para determinar a gravidade e o tratamento adequado. Lavar o local com água e sabão, evitar movimentos bruscos, não aplicar substâncias caseiras ou realizar cortes na região são medidas que podem evitar complicações graves até a chegada ao hospital”, enfatizou.
Para garantir maior segurança, o Cemetron reforça as orientações:
Lavar a região afetada com água limpa e sabão;
Evitar movimentar o membro afetado, mantendo-o elevado;
Não utilizar torniquetes, fazer cortes ou tentar sugar o veneno;
Não aplicar substâncias caseiras ou consumir álcool e medicamentos sem prescrição;
Transportar a vítima rapidamente para a unidade de saúde mais próxima que disponha de soro antiveneno.
Fonte
Texto: Suelen Viana
Fotos: Johnatan Kalawine e Frank Néry
Secom – Governo de Rondônia